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Faltam 30 dias para a COP 30.

  • Foto do escritor: Hermes Vissotto
    Hermes Vissotto
  • 11 de out.
  • 3 min de leitura
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Em 10 de novembro de 2025, a cidade de Belém (PA) abrirá as cortinas para sediar a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Será ali, no coração da Amazônia, que líderes, negociadores, cientistas, povos tradicionais e movimentos sociais se encontrarão para decidir rumos, muitos dos quais decidirão o futuro climático do planeta.


Até aqui, 162 delegações estão confirmadas para participar das negociações. Mas nem todos os países trouxeram consigo suas obrigações mais fundamentais: até agora, apenas 34 nações (cerca de 17% dos Estados-membros da ONU) entregaram suas novas metas climáticas (as chamadas NDCs, Contribuições Nacionalmente Determinadas) dentro dos prazos esperados. Ainda que especialistas projetem que mais de 180 países acabarão por apresentar suas metas antes da COP, o ritmo é lento, e o espaço para manobra política diminui.


Este desequilíbrio, entre a pressa simbólica de estar presente e a crise real da ambição, coloca Belém numa encruzilhada: será palco de um evento climático histórico ou cenário de promessas insuficientes?


Os desafios de Belém: herança e urgência à beira da COP

Belém é mais do que cenário: ela é personagem desta narrativa global. A cidade vive um momento de tensão entre visibilidade internacional e urgências locais. Alguns dos desafios mais urgentes:

  • Obras: A montagem da “vila dos líderes”, melhorias no aeroporto, obras de mobilidade urbana e drenagem ainda estão em andamento, com pressa e risco de contratempos.

  • Hospedagem: Embora Belém já tenha anunciado 53 mil leitos disponíveis para o evento, muitos atores relatam que as tarifas elevadas afastam delegações mais frágeis economicamente. Observa-se uma pressão internacional para reduzir custos e garantir acesso equitativo.

  • Desalojamentos: Há denúncias de moradores sendo expulsos de suas moradias para destinar imóveis a locações de curto prazo durante a COP. Essa tensão entre direito à moradia e espetáculo diplomático aponta para riscos sociais graves.

  • Contradição: A construção de avenidas como a “Avenida Liberdade”, atravessando áreas sensíveis, suscitou críticas porque pode contrariar o discurso de proteção da Amazônia que se espera de uma COP realizada no bioma.

  • Descompasso: A COP 30 carrega enorme carga simbólica como “COP da Amazônia”, mas necesitará mostrar que discurso, metas e recursos caminham juntos, sob pena de cair no discurso vazio.


Belém carrega uma responsabilidade dupla: não apenas acomodar o mundo, mas também personificar o desafio climático da Amazônia e gerar um legado que ultrapasse as duas semanas de conferência.


Um chamado à revista JS e aos leitores

Dentro de 30 dias, o mundo olhará para Belém. Mas além dos holofotes, o que ficará será o que ela representar: cidade amazônica acolhendo a diplomacia global. A sua infraestrutura, seus conflitos sociais, seu território, suas promessas e omissões, tudo será parte do mesmo enredo.



Fontes

  • Com 162 delegações confirmadas na COP — Tribuna do Agreste (10/10/2025) Tribuna do Agreste

  • Apenas 34 países apresentaram novas metas climáticas — InfoAmazônia (16/09/2025) InfoAmazonia

  • Belém já tem 53 mil leitos para receber delegaçõesCop30.br (01/08/2025) COP30 Brasil

  • Obras e desafios estruturais em Belém — Americas Quarterly / “Belém e seus desafios aguardam a COP 30” Americas Quarterly

  • Hospedagem cara ameaça a COP30 — The Guardian / UN talks over high costs The Guardian

  • Desalojamentos em Belém para locações da COP — The Guardian, “A heavy burden” The Guardian

  • Avenida Liberdade e impacto ambiental — Wikipedia / obras controversas


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