US$ 3 bilhões é o valor que a Noruega injetou no Fundo Global das Florestas.
- Hermes Vissotto

- 7 de nov.
- 3 min de leitura

O planeta vive um momento decisivo na luta contra as mudanças climáticas e a preservação das florestas tropicais. Nesse contexto, o Brasil deu um passo histórico ao propor a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (Tropical Forests Forever Facility – TFFF), um mecanismo internacional voltado à proteção permanente das florestas tropicais, recompensando países que mantêm seus ecossistemas preservados.
O que é o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre
O TFFF foi idealizado pelo governo brasileiro durante as discussões prévias à COP30, com o objetivo de transformar a preservação ambiental em um ativo econômico sustentável. Diferente de doações pontuais, o fundo funciona como uma espécie de “fundo soberano global”, que reúne recursos públicos, filantrópicos e privados para financiar nações que preservam suas florestas e reduzem o desmatamento.
Os países participantes recebem pagamentos anuais conforme a área de floresta mantida intacta e os resultados comprovados em redução de emissão de carbono. O modelo busca corrigir uma desigualdade histórica: os países que mais preservam costumam ser os que menos recebem retorno financeiro por isso.
Como é feito o acesso aos recursos
Os valores depositados no TFFF são geridos por uma estrutura internacional composta por países doadores, nações florestais e organismos multilaterais. O acesso à verba se dá por meio de metas ambientais verificadas, de forma transparente e auditável. Cada país apresenta relatórios sobre desmatamento evitado, cobertura florestal e ações de restauração. Após a validação dos resultados, os pagamentos são liberados proporcionalmente.
Esse formato garante previsibilidade, estabilidade e incentivos de longo prazo para que as florestas sejam tratadas como patrimônios vivos da humanidade e não apenas como reservas exploráveis de curto prazo.
A contribuição da Noruega
A Noruega anunciou em novembro de 2025 que vai investir US$ 3 bilhões até 2035 no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre. O montante equivale a cerca de 30 bilhões de coroas norueguesas e representa um dos maiores compromissos já feitos por um país desenvolvido em prol da preservação ambiental.
O aporte reforça a relação histórica da Noruega com o Brasil, que já mantém parceria no Fundo Amazônia desde 2008. Agora, o novo investimento amplia o alcance global dessa cooperação, incluindo outras nações com biomas tropicais, como Indonésia e Congo.
Impacto direto na vida das pessoas
O impacto do TFFF vai muito além da proteção ambiental. Ao gerar financiamento contínuo e sustentável, o fundo cria oportunidades de desenvolvimento econômico para comunidades que vivem nas florestas. Isso inclui programas de bioeconomia, incentivo ao turismo ecológico, manejo sustentável de produtos florestais e investimentos em educação e tecnologia verde.
Com o fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis, milhares de famílias podem encontrar renda e dignidade sem precisar recorrer ao desmatamento. O Brasil, ao liderar a proposta, consolida-se como um ator central na diplomacia climática e na construção de um novo paradigma econômico baseado na natureza.
Um modelo que inspira o futuro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o fundo tem potencial de movimentar até US$ 125 bilhões entre recursos públicos, filantrópicos e privados nos próximos anos. O mecanismo deverá funcionar como uma alavanca para outros investimentos verdes e para o cumprimento das metas da Agenda 2030 e do Acordo de Paris.
A iniciativa demonstra que preservar florestas é também investir em segurança climática, inclusão social e inovação econômica. Ao reconhecer o valor das florestas em pé, o TFFF inaugura um novo ciclo global de cooperação entre o Norte e o Sul, unindo sustentabilidade e prosperidade.

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