Roraima: O Novo Horizonte do Agro Brasileiro.
- Hermes Vissotto

- 14 de out.
- 3 min de leitura

O estado mais setentrional do Brasil se firma como uma nova potência agrícola com o avanço da soja e um novo porto de escoamento
No extremo norte do Brasil, Roraima desponta como um território de oportunidades. Fronteiriço com a Venezuela e a Guiana, o estado é o mais setentrional do país e o único com capital localizada integralmente no Hemisfério Norte. Rico em biodiversidade, terras férteis e com um enorme potencial hídrico, Roraima vem transformando seus desafios históricos de isolamento logístico em um exemplo de superação no agronegócio.
Desafios que moldam a força roraimense
Por décadas, os produtores enfrentaram dificuldades com infraestrutura limitada, estradas precárias e altos custos de transporte. O escoamento da produção dependia de longas viagens rodoviárias até o Amazonas, aumentando os custos e reduzindo a competitividade.
Mesmo assim, a persistência do setor agro fez florescer um ciclo de prosperidade. De 2019 a 2024, a produção de soja saltou de 110 mil toneladas para mais de 413 mil toneladas, um crescimento de quase 275% em apenas cinco anos.
Ano | Produção (t) |
2019 | 110.090 |
2020 | 139.550 |
2021 | 225.398 |
2022 | 346.647 |
2023 | 369.000 |
2024 | 413.000 |
Esses números consolidam Roraima como uma nova fronteira agrícola, não apenas pela expansão da área cultivada, mas pela eficiência e qualidade do manejo, resultado de tecnologia, investimento e resiliência dos produtores locais.
O marco logístico: a ETC de Caracaraí
Um dos principais marcos dessa virada é a nova Estação de Transbordo de Cargas (ETC) da AMAGGI, inaugurada em Caracaraí, às margens do Rio Branco. O empreendimento cria um novo corredor hidroviário, ligando Roraima a Itacoatiara (AM), e, de lá, ao mercado internacional.
Com investimento estimado em R$ 100 milhões, a ETC permitirá que os grãos percorram apenas 155 km por rodovia até Caracaraí e sigam 905 km por via fluvial, reduzindo custos, impactos ambientais e o desgaste das estradas.
Segundo a AMAGGI, cada balsa carregada pelo novo terminal equivale a cerca de 40 caminhões, uma revolução logística para o estado.
A palavra do governador
O governador Antônio Denarium acompanhou pessoalmente o primeiro embarque de soja via o novo corredor hidroviário, destacando o simbolismo histórico do momento:
““Tive a honra de participar desse momento histórico para agropecuária e a indústria de Roraima. É sempre importante reafirmar que o Governo de Roraima está sempre reforçando a parceria com empresas privadas por meio da política de atração de investimentos. É dessa forma que estamos impulsionando o desenvolvimento do setor produtivo do nosso Estado, gerando cada vez mais empregos e renda. É a história que começa a ser contada com um futuro de prosperidade”, declarou o governador Antonio Denarium ao Portal do Governo de Roraima.
Essa nova estrutura não só fortalece a economia estadual, como também cria um elo sustentável entre produção, transporte e exportação, um modelo que poderá inspirar outras regiões da Amazônia.
O futuro: prosperidade e sustentabilidade
Roraima é hoje o estado que mais cresce economicamente no Brasil, com PIB impulsionado pelo agronegócio e pela inovação no campo. Com a nova rota hidroviária, investimentos em armazenagem e energia renovável, o estado projeta um ciclo de prosperidade sustentável, que concilia produção, meio ambiente e desenvolvimento humano.
Em um cenário global de incertezas climáticas e desafios logísticos, Roraima emerge como um símbolo da nova agricultura brasileira, resiliente, estratégica e capaz de florescer mesmo nas margens mais distantes do mapa.
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