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Banco Central mantém juros em 15%: entenda o que isso significa para o seu bolso.

  • Foto do escritor: Hermes Vissotto
    Hermes Vissotto
  • 5 de nov.
  • 3 min de leitura
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O Banco Central do Brasil (BC) é a instituição responsável por garantir a estabilidade da economia e controlar a inflação. Entre suas principais funções está definir a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Ela serve como referência para todos os outros juros do país, desde o que os bancos cobram em empréstimos e financiamentos até o que pagam nas aplicações financeiras.


A Selic é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom), formado por diretores do Banco Central. Eles analisam diversos indicadores econômicos, como inflação, desemprego e crescimento do PIB, para decidir se a taxa deve subir, cair ou permanecer igual. Quando a inflação está alta, o BC costuma aumentar a Selic para frear o consumo e conter a alta dos preços. Quando a economia está desaquecida, a tendência é reduzir os juros para estimular o crédito e os investimentos.


Neste mês, o Copom decidiu manter a Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. É a terceira reunião consecutiva sem mudanças. O principal motivo é o mercado de trabalho aquecido, com a menor taxa de desemprego da história (5,6%), e uma inflação ainda acima da meta de 3%, estimada em 4,6% para 2025.


O impacto na vida real: da dona de casa ao servidor público

Embora pareça um assunto distante, a decisão do Banco Central influencia diretamente o dia a dia das famílias brasileiras. Com os juros altos, o crédito fica mais caro e o custo de vida tende a subir em diferentes setores.


A dona de casa

Para quem administra o orçamento familiar, o impacto é imediato. Com a Selic alta, empréstimos e parcelamentos ficam mais caros e o cartão de crédito se torna um vilão ainda maior. O aumento do custo do crédito dificulta a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos ou móveis, e limita o consumo. Além disso, os preços de alimentos e serviços demoram mais a cair, porque as empresas também enfrentam custos elevados para financiar suas operações.


O trabalhador que ganha um salário mínimo

Quem vive com R$ 1.412 por mês sente ainda mais. O poder de compra é corroído pela inflação e as oportunidades de emprego podem se reduzir se as empresas desacelerarem por causa do crédito caro. Em compensação, para quem consegue guardar algum dinheiro, as aplicações de renda fixa como CDBs e Tesouro Selic rendem mais, mas isso ainda beneficia uma minoria da população, pois a maioria não consegue poupar.


O servidor público e os aposentados

O impacto também é significativo. Embora o salário seja mais estável, a Selic alta encarece o crédito consignado, comum entre servidores e aposentados. O comprometimento da renda com parcelas elevadas reduz o espaço para consumo e investimento familiar. Por outro lado, os governos também pagam mais juros sobre a dívida pública, o que pressiona o orçamento e pode limitar investimentos em políticas sociais.


Por que o Banco Central mantém os juros tão altos

Segundo o Copom, a decisão reflete cautela diante da conjuntura internacional, especialmente dos Estados Unidos, que também mantêm juros elevados. Essa política serve para evitar a fuga de capitais estrangeiros e controlar a inflação, mas carrega efeitos colaterais sobre a economia real, principalmente sobre quem mais depende do crédito e da renda mensal.


A inflação prevista de 4,6% para 2025 ainda está acima da meta, e o BC teme que o consumo elevado e o mercado de trabalho aquecido façam os preços voltarem a subir. Analistas, porém, alertam que juros muito altos por muito tempo freiam o crescimento, aumentam o custo da dívida pública e aprofundam desigualdades.


A expectativa para os próximos meses

O mercado financeiro aposta que a Selic permanecerá em 15% até o fim de 2025, com possibilidade de queda apenas em 2026, quando a inflação deve se aproximar da meta. Até lá, o Brasil seguirá convivendo com o dilema entre controlar a inflação e estimular o crescimento econômico.


Enquanto isso, as famílias precisam adotar uma postura de cautela, planejar melhor as compras, evitar dívidas e buscar alternativas de renda e investimento. A decisão do Banco Central pode parecer técnica, mas seus efeitos são muito concretos, e cada brasileiro sente, de um jeito ou de outro, no bolso e na mesa de casa.


Fontes:

Agência Brasil,

UOL Economia,

Gazeta do Povo, CartaCapital,

Boletim Focus (Banco Central do Brasil),

CUT Brasil


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