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🟤 Guia de Pesquisa – Sala 02

O Tráfico Atlântico

1. Objetivo da sala

Apresentar o sistema de tráfico transatlântico de africanos escravizados como um processo econômico, violento e global, responsável pela separação forçada de milhões de pessoas de suas terras, culturas e famílias. Explicar as rotas, a logística, os horrores nas travessias e as resistências que já se iniciavam no mar.

A narrativa deve desfazer estereótipos e mostrar que os africanos traficados eram pessoas com identidade, história e conhecimento, e não mercadorias.

 

2. Questões norteadoras da pesquisa

• O que motivou economicamente a escravização africana?
• Quais reinos e impérios europeus lucraram com o tráfico?
• Como funcionavam as rotas, portos e ciclos econômicos?
• O que foram os “navios negreiros” e a “travessia do Atlântico”?
• Quais as formas de resistência durante o transporte?
• Quantas pessoas foram traficadas para o Brasil ao longo dos séculos?
• Quais marcas sociais, culturais e psicológicas permanecem até hoje?

 

3. Fontes obrigatórias e materiais de apoio

Instituições e bases de dados
• Projeto Slave Voyages (dados de mais de 36 mil viagens)
• UNESCO – Rota do Escravo
• Arquivos Históricos da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro
• Museu Afro Brasil, Instituto Pretos Novos (RJ)

Pesquisadores essenciais
• Manolo Florentino
• João José Reis
• Luiz Felipe de Alencastro
• Beatriz Mamigonian
• Hebe Mattos

Documentos e artefatos históricos
• Desenhos, cronistas coloniais, relatos de viajantes
• Plantas e artefatos de navios negreiros
• Testemunhos sobreviventes (quando disponíveis)

 

4. Elementos visuais e acervos digitais

Sugestões para a exposição:

• Mapa interativo com rotas do tráfico
• Linha do tempo das legislações e picos de tráfico
• Planta baixa de navio negreiro e ilustrações históricas
• Áudios com relatos e sons do mar
• Representações simbólicas (correntes, mãos, águas profundas)

⚠️ Tratar a dor com dignidade e respeito:
Nada que reforce a violência de forma sensacionalista.

 

5. Personagens, lugares e marcos essenciais

• Portos africanos: Luanda, Uidá, Cabinda, Benguela
• Portos brasileiros: Salvador, Recife, Rio de Janeiro
• A “Passagem do Meio”
• Legislação relacionada ao tráfico (Lei Eusébio de Queirós – 1850)
• Revoltas e resistências a bordo

Exemplos de resistências:
• Envenenamentos, fugas no porto, rebeliões no navio, recusa à alimentação

 

6. Produtos finais esperados para entrega

Obrigatórios:
• Texto base da sala (600–900 palavras)
• Mapa interativo com rotas principais
• 5 cards educativos sobre economia, rotas e resistência
• Linha do tempo com 8 a 12 eventos essenciais
• 1 vídeo curto explicativo para o site (30–60s)

Opcionais recomendados:
• Objeto 3D: Navio negreiro estilizado
• Recurso de audiodescrição para acessibilidade

 

📌 Observação curatorial

A narrativa da Sala 02 deve manter coerência com a Sala 01 (identidade e continuidade), reforçando que a violência do tráfico não apagou as raízes africanas, apenas deslocou culturas que hoje formam o Brasil.

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